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FORA GARIMPO, FORA COVID!

Texto por Naiana Palheta, militante do RUA Pará

· Regionais

Em 2018, o Pará detinha cerca de 40% do valor da produção mineral brasileira, ficando atrás apenas de Minas Gerais. No mesmo ano, o Pará liderou o ranking de violência no campo no Brasil. Ainda em 2018, Bolsonaro prometeu liberar o garimpo em terras indígenas e quilombolas. De fato, Bolsonaro não inventou o garimpo nas terras de populações tradicionais, no entanto, a destruição da floresta dentro das terras indígenas Munduruku aumentou cerca de seis vezes nos últimos dois anos, contaminando o rio Jacareacanga.

Com a pandemia do novo coronavírus, mesmo sendo população de risco, sabemos que os indígenas estão sendo deixados de lado pelo Estado num verdadeiro projeto de genocídio dos povos originários. Segundo a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), o total de povos afetados já chega a 145 etnias com um total de 18.854 casos confirmados e 582 mortes por coronavírus entre indígenas.


O veto de Jair Bolsonaro à 22 artigos do Projeto de Lei que visa a prevenção do contágio e da disseminação da COVID-19 em territórios indígenas denuncia a política de morte que o Governo atual impõe a essa população. Além da fala do vice-presidente, Hamilton Mourão, sugerindo que os povos indígenas utilizem as águas dos rios para se abastecerem —rios estes que Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, incentiva ainda mais a contaminação, quando vê na pandemia uma boa oportunidade para “passar de boiada” a desregulação das políticas de proteção ao meio ambiente.


Nesse cenário, o povo Yanomami é um dos povos indígenas mais vulneráveis à pandemia de COVID-19. Segundo o DSEI-Y (Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami), há cerca de 136 casos confirmados em indígenas contaminados nas aldeias, devido há inúmeros fatores, como a distância das terras de centros urbanos com infraestrutura hospitalar. Entretanto, o maior problema enfrentado é uma invasão de 20 mil garimpeiros ilegais circulando nas Terras Indígenas Yanomami sem nenhum impedimento pelo Governo de Bolsonaro.


A movimentação desses garimpeiros em cidades, desrespeitando não só o território Yanomami, como também desconsiderando a vulnerabilidade imunológica e estrutural dos povos indígenas, transporta o vírus do capitalismo predatório e da COVID-19. O Estado brasileiro continua inerte diante da contaminação absurda dos povos Yanomami, tendo como única ação uma viagem sensacionalista e desnecessária organizada pelo exército, com risco, inclusive, de aumentar a disseminação de vírus, duramente criticada pelas lideranças Yanomami.


Bolsonaro prova que não tem nada além de genocídio a oferecer aos povos indígenas do Brasil, por isso, é urgente encerrar a atividade garimpeira nas TI do Brasil. É necessário expulsar os 20 mil garimpeiros que estão causando a morte de tantos indígenas Yanomami.


FORA GARIMPO, FORA COVID!
Assine já a petição: foragarimpoforacovid.org

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