A falta de oxigênio nos hospitais de Manaus é resultado de um colapso no sistema de fornecimento, desmonte do SUS e ausência de diversas esferas da gestão. Desde a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) à União, enquanto equipes se revezando para ventilar manualmente pacientes internados na UTI. O resultado foi a morte de mais 200 pessoas até o momento. O diagnóstico? Genocidio! Cilindros de oxigênio são suprimentos básicos em hospitais e essenciais à vida. Ainda assim, segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas, faz semanas que o poder público é avisado do cenário preocupante no Estado e que a crise viria a piorar significativamente em breve. É nítida a negligência das autoridades: desde o Governo Bolsonaro e Ministério da Saúde - que visitava Manaus há dois dias, em meio a falta de leitos e equipamentos, a fim de difundir " tratamento precoce" com o Kit Covid-19 sem eficácia - até o STF, Conselho Federal de Medicina, Ministério Público e várias instituições coniventes!
É evidente que enquanto o capitalismo cresce, todos padecem. Estamos vivendo politicamente uma democracia indireta e socialmente uma das faces do fascismo. Diante desse cenário, o governo se autopromove dizendo que evitaram asfixias, que enviaram equipes de profissionais da saúde capacitados para utilização do Kit-Covid no combate à pandemia. À medida que os deputados, empresários e variados expoentes midiáticos advogavam pelo fim do lockdown, o famoso "Pulmão do Mundo" perdia o ar. Inúmeros amazonenses não puderam sequer ter a opção de realizar distanciamento social, pois isso só é possível com política econômica, com renda básica, garantia de emprego e estabilidade para que possam ficar em casa. Ainda, a Advocacia Geral da União recorre contra a decisão do estado Amazonas de suspender o ENEM, previsto para os dias 17 e 24 de janeiro.
Dessa maneira, portanto, infere-se que frente ao cenário de centenas de mortes evitáveis, não há alternativas no capitalismo, apenas ao capitalismo!