Por anos o garimpo foi motor de um pseudo-desenvolvimento da economia em pequenos locais no norte do Brasil, principalmente em Roraima, estado de apenas 30 anos. Com o crescimento do bolsonarismo, setores da soja, pecuária e do garimpo, se uniram em um projeto de expansão de suas atividades extrativistas e produtivistas, sob um viés de desenvolvimento regional e consequentemente nacionalista. Imputando a ideia de que Bolsonaro iria a ajuda a tirar a pobreza da região norte e trazer “o Brasil para os brasileiros” (afirmações para se contrapor aos ONGs que ajudam os indígenas e até aos próprios indígenas). Usando uma dualidade de atraso x progresso econômico (algo comum na esquerda até hoje), a defesa do garimpo e suas atividades têm ganhado peso social. É de conhecimento nacional e internacional que essa expansão ocorre em todo norte mas principalmente em Roraima que tem grandes reservas indígenas, como a Raposa Serra do Sol. É fato que o garimpo nesse momento foi o grande vetor de contaminação de várias comunidades indígenas, muitas delas que teoricamente deveriam viver isoladamente. Os garimpeiros invadem territórios indígenas, principalmente a dos Yanomamis, apesar do difícil acesso a essa região. Estima-se que existam mais de 20mil garimpeiros em suas terras.
No contexto ambiental, o garimpo é responsável por uma absurda degradação do ecossistema amazônico, o processo de extração resulta em poluição dos rios com metais pesados, contaminando a vida fluvial, destruição de árvores milenares, nascentes de peixes e outros seres vivos. Tendo como princípio revolucionário de que a vida da terra é também nossa vida, é preciso que exista um empenho da juventude revolucionária a respeito dessa pauta.
O garimpo junto com os grileiros, foram as portas de entradas principais para a disseminação do Covid-19 entre os indígenas. Já são 689 indígenas mortos, em grande parte, lideranças e pessoas idosas, detentores de conhecimento de seus povos. Existem muitos relatos de falta de apoio da Sesau (órgão federal de saúde indígena). Muitas lideranças afirmam que a atitude federal é uma estratégia tomada para que grandes lideranças de fato morram, enfraquecendo a povo dos povos pelos seus territórios e deixando mais frouxo a entrada de posseiros, grileiros e garimpeiros. A morte constante de indígenas ajuda ao bolsonarismo garantir seus objetivos político-ambientais. Temos nesse momento 26.147 indígenas atingidos pelo Covid-19, afetando 154 povos dos 305 existentes no Brasil.
No Brasil vemos pouquíssima preocupação com a situação vinda pela juventude organizada. Não podemos enquanto organização ficar alheios a essa situação política, esperando que a pauta se massifique e seguir a conjuntura. Temos um compromisso primordial com essa pauta e demos nos dedicar a ela o quanto antes. Vamos contribuir assinando o abaixo assinado contra o Garimpo e Covid-19 no território Yanomami!
