Todos os dias milhares de mulheres brasileiras são assediadas. Seja no transporte público, no trabalho, na rua ou nos ambientes de lazer. Segundo dados do DataFolha de 2019, 42% das brasileiras com 16 anos ou mais declara já ter sido vítima de assédio sexual. 53%, das mulheres entre 14 e 21 anos convivem diariamente com o medo de ser assediadas no Brasil. Desse total, as mulheres brancas (40%) e indígenas (34%) são as que menos sofrem assédio. Na outra ponta, quase metade das mulheres asiáticas, 46% das mulheres negras e 45% das mulheres pardas já foram assediadas.
O assédio é uma de violência de gênero que pode se manifestar de diversas formas, sejam elas verbais, sexuais ou morais, podendo ocasionar danos na saúde física e psicológica das mulheres. Nos ambientes de trabalho, por exemplo, as vítimas se veem obrigadas a deixar seus empregos, suas fontes de sustento, e ainda encaram culpabilizações. Roupas e comportamentos, no entanto, NUNCA são convites para que homens invadam os corpos femininos.
A normalização desse tipo de comportamento masculino é uma das causas que dificultam o combate ao assédio, uma vez que ele é lido pelos homens como galanteios ou elogios. Precisamos estimular mais campanhas e políticas institucionais que discutam os direitos das mulheres aos espaços públicos, garantindo a autonomia de seus corpos e o respeito pelo conjunto social.
Este texto faz parte de um especial produzido pelas feministas do RUA para o mês de março de 2019! Confira a série completa aqui no site.