Vivemos no mundo todo uma ofensiva aos direitos dos que conhecemos como os 99%, somos todos nós que temos nossas vidas todos os dias precarizadas pelo capitalismo em benefício daquele 1% mais rico em todo o mundo. Os ataques aos direitos, a democracia e as nossas vidas atingem diretamente todos esses sujeitos negros e negras, lgbts e mulheres, e nos últimos anos somos nós MULHERES que temos protagonizado a linha de frente do enfrentamento a vários desses processos, com mobilizações pelo Brasil e no mundo, a exemplo do Ni una a menos na Argentina e o #ELENÃO, que levou milhares de mulheres brasileiras para as ruas em todo o país contra o retrocesso da eleição de uma figura como Bolsonaro.
Historicamente em todos os processos somos as mais atingidas, visto que temos todo um trabalho para além daquele assalariado, ou não, principalmente as mulheres negras que durante todos esses anos enfrentam a violência de estado, tombando seus corpos e de seus filhos, coube a nós o papel da reprodução social para alimentar esse sistema.
Em 2020, completamos dois anos de desgoverno que com uma velocidade absurda apoiado no capital financeiro e em uma política neoliberal aprovou a reforma da previdência, piorando ainda mais a condição de vida das mulheres e suas duplas ou triplas jornadas, principalmente as mulheres negras, os índices de feminicídio se mostraram assustadores e cresceram 44% só no primeiro ano de governo, não bastando temos uma figura como Damares que a cada dia nega o direito das mulheres, defendendo e agitando pautas como a proibição total do aborto, o fim do reconhecimento da violência obstétrica e o a abstinência sexual. Eles nos querem caladas, mas nosso lugar é nas RUAS, disputando narrativas, combatendo o fascismo e honrando a memória de Marielle, ainda mais agora com o ataque direto recém aplicado por Bolsonaro, ao convocar atos contra o congresso e o STF, colocando a nossa democracia em cheque.
É com toda essa efervescência de lutas que as feministas anticapitalistas da rua lançam a campanha: DEMOCRACIA É SUBSTANTIVO FEMININO: PELAS QUE VIERAM E PELAS QUE VIRÃO. Em defesa da nossa democracia e pela memória e luta das que vieram, e que conquistaram direitos, e para que não tenha mais retrocessos pelas que virão, para que avancemos em uma política feminista mundial pela vida de todas as mulheres. O mês de março possui a capacidade de dar essa virada na conjuntura após um anos de derrotas, teremos um calendário de lutas, com o 8 de março que tem o potencial de reanimar as lutas em todo o país, com milhares de pessoas nas ruas, o 14 de março em que completam dois anos da execução de Marielle e Anderson, ainda sem respostas mas com claras ligações as milícias do Rio de Janeiro e o dia 18 de março tirado como um dia de grande mobilização e de luta de vários setores.
Por isso vamos as RUAS, gritar por justiça para Marielle e Anderson, em defesa das nossas vidas, com a tarefa central de derrotar Bolsonaro em defesa da democracia e dos nossos direitos.
#EleNao #Mariellevive