Ludmila, uma trabalhadora da previdência social em Salvador, sem filiação partidária, criou um grupo que alcançou mais de 2 milhões de mulheres no facebook. Uma mulher comum, indignada, que colocou a pólvora que faltava para vir à tona a resistência até então subterrânea contra o avanço das ideias fascistas.
Talvez sem saber da força dessa ideia, Ludmilla foi o impulso. Das artistas engajadas para dizer que “ele não”. Da formação de novos grupos após a invasão dos eleitores do Bolsonaro no primeiro grupo. De cada grupo de mulheres que se auto-organiza. Dos grupos de LGBTs, defensores dos animais, maconheiros, homens, entre outros, que se soma ao movimento iniciado e protagonizado por mulheres. Das mobilizações de rua de uma ponta a outra do Brasil no dia 29 de setembro: está surgindo uma resistência contra o avanço do fascismo e tem peso de massas.
A burguesia tresloucada que radicalizou a luta política para dar um golpe parlamentar em 2016 agora se arrepende: é um extremista, apoiado em ideias violentas e militares - e não os seus candidatos prioritários - que está capitalizando as ideias conservadoras e de direita que afloraram desde as mobilizações em 2015.
Há décadas que não vivemos um grande movimento político pluripartidário convocar atos para disputar o cenário eleitoral. Dia 29 promete entrar para a história. Os atos já foram convocados em quase todas as capitais do país e se amplia para os interiores. Este será o sábado de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Aracaju, Recife, Natal, Fortaleza, Teresina, São Luís, Manaus, Belém, Macapá, Rio Branco, Boa Vista e Porto Velho.
#MeuBolsominionSecreto é contra os direitos, os oprimidos e será interrompido. Não pelas mãos da burguesia arrependida. Mas pela força das mulheres: aquelas que já demonstraram sua força contra o Eduardo Cunha, na primavera feminista. Aquelas que, cada vez mais jovens, se identificam com o feminismo. Que buscam solidariedade umas com as outras. Que serão as protagonistas, mas que sobem às ruas e puxam os outros. Aquelas que não irão deixar as ruas no dia 29.
Iremos avançar até o fascismo recuar!
Deborah Cavalcante É militante feminista do movimento RUA - Juventude Anticapitalista