O ano de 2020 tem sido marcado pela emergência da pandemia do novo coronavírus que, até o momento, dissipou mais de 141 mil vidas no nosso país. A gestão desastrosa de Bolsonaro frente à crise, aliada aos abalos no sistema capitalista, lançou ao desemprego, a miséria e a fome os nossos irmãos e irmãs trabalhadores/as, pretos/as e pobres.
É neste cenário distópico que se darão as eleições deste ano, lançando-nos ao desafio de articular projetos de cidade que garantam a vida e a dignidade do nosso povo, ao tempo em que buscamos alternativas de emprego, renda e atenção básica de saúde para a população.
A cidade de Porto Seguro está atrelada à memória de lugar do “descobrimento”, onde desde 1500 é invadida, colonizada, saqueada e marcada pela exclusão dos povos originários. Esse histórico de injustiças produziu uma cidade desigual, excludente e repleta de contradições. O rastro de destruição do capitalismo ainda produz os efeitos da cruel especulação imobiliária, a exploração da mão de obra assalariada, as disputas por território, o extermínio da juventude preta e pobre, a marginalização da população trans e a desigualdade de gênero. Desta forma, temos uma cidade artificial, feita para o turista, com um circuito determinado, que a maioria dos nativos não podem sequer experimentar. É a venda da nossa cidade!
Mesmo com todas essas problemáticas as últimas gestões municipais não se esforçaram para a construção de políticas efetivas para a melhoria de vida do nosso povo e apostaram no aprofundamento do projeto conservador, fisiológico e clientelista que relega a nossa juventude ao desemprego e a falta de perspectivas. Assim, Porto Seguro figura entre as líderes nos mapas da desigualdade, do extermínio da juventude e da violência contra a mulher.
Diante de tudo isso não nos resta outra opção senão fazer da rua a parte principal da cidade e nos engajarmos em um projeto anticapitalista, antissistêmico e popular. Assim, o RUA – Juventude Anticapitalista, buscando inverter a lógica da cidade-capital e disputar uma cidade pensada por e para aqueles e aquelas que a produzem e sentem na pele o dia a dia das suas contradições, por aqueles e aquelas que conhecem os endereços das balas perdidas, por aqueles e aquelas resistem nas rodas de rima, bailes e grafites, por aqueles e aquelas que conhecem o perrengue da falta de vagas nas escolas e hospitais, pelas famílias que sentem no bolso o preço do arroz, do aluguel, do transporte e trabalham dobrado pra fechar a conta no fim do mês, pela negritude, pelos povos originários, pelas mulheres, peles LGBTs, pela periferia, decidimos apoiar a candidatura de Chico Cancela e Neilton da Cruz, por uma cidade anticapitalista, antissistêmica e popular.
